A explosão em alimentos particulados é um medo frequente para quem lida com a indústria agrícola. Esse medo geralmente é justificado pelas condições de armazenamento ou transporte que é caracterizado por ambientes confinados, acúmulo de poeira dos grãos e fontes inflamáveis. Fatores estes que propiciam acidentes quase sempre fatais como as deflagrações.
Mas a maior arma contra temores e acidentes é a informação. Quanto mais você souber sobre o assunto, mais eficientes serão as medidas escolhidas para evitar tais desastres. E com a ajuda dos tópicos a seguir você fica por dentro de tudo. Confira!
- Os principais motivos de explosão em alimentos particulados ou em pó
- O que fazer para reduzir os riscos de explosão?
Os principais motivos de explosão em alimentos particulados ou em pó
A preocupação referente à explosão em alimentos ou materiais particulados ou em pó é realmente procedente, especialmente porque toda poeira de grão dos alimentos pode gerar uma atmosfera explosiva.
Materiais particulados, sejam orgânicos ou inorgânicos, em suspensão no ar, com abundante presença de oxigênio, dependendo de sua granulometria e concentração, podem constituir uma atmosfera explosiva em determinadas condições de pressão e temperatura.
Mas via de regra, o perigo potencialmente existe na maioria das indústrias de processamento de alimentos particulados (açúcar, arroz, chá, cacau, etc) e os pós (farinha de trigo, de milho, de soja, leite em pó, etc).
Entre as operações de maior risco estão a secagem e o transporte pneumático ou mecânico de pós, atividade que provoca uma atmosfera de micro partículas em suspensão num ambiente confinado, como dutos, secadores, moinhos, filtros, etc. Numa atmosfera assim, numa certa concentração e granulometria muito pequena, o surgimento de uma fonte de ignição com energia suficiente pode gerar a deflagração ou explosão.
O que fazer para reduzir os riscos de explosão?
Acidentes, deflagrações e explosões em armazenamento e processamento de alimentos particulados ou em pó, não é coisa recente, acontece há várias gerações em diversos países com cultura mais antiga que a nossa. Um dos principais objetivos das normas técnicas é a de armazenar o conhecimento humano adquirido através de muitos erros e acertos, preservando-o e às vezes aperfeiçoando-o para as futuras gerações.
Sendo assim, para gerenciamento ou execução de projetos de proteção contra explosão em armazenamento e processamento de materiais particulados, nos baseamos nos ensinamentos das normas da National Fire Protection Association, utilizadas como referencia na proteção de silos, armazéns, movimentação e processamento de materiais particulados.
NFPA nº 61 – Standard for the prevention of fires and dust explosions in agricultural and food products facilities;
NFPA nº 68 – Guide for venting of deflagrations;
NFPA nº 69 – Standard on explosion prevention systems.
No âmbito nacional temos as seguintes normas da ABNT:
NBR 16385 – Sistemas de prevenção e proteção contra explosão – Fabricação, processamento e manuseio de partículas sólidas combustíveis;
NBR 15662 – Sistemas de prevenção e proteção contra explosão – Gerenciamento de riscos de explosões;
NBR 16955 – Sistemas de prevenção de deflagração – Análise de riscos de incêndio e de explosão – Requisitos;
NBR 16978 Partes 1 a 6 – Sistemas de prevenção de deflagração – em fase de consulta nacional;
IT-27 – Instrução técnica do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo – Armazenamento em silos
NT-24 – Norma técnica do Corpo de Bombeiros do estado de Goiás – Armazenamento em silos
Cada uma das normas citadas acima apresenta os requisitos mínimos de segurança para o projeto, instalação e operação de armazéns, transportadores de correia, elevadores de caneca, filtros, secadores e silos de grãos e cereais, que devem ser obedecidos por todos aqueles envolvidos na implantação e operação, tais como empresas de engenharia, fabricantes, operadores, manutenção e departamento de segurança. Recomendamos também a leitura das normas relativas à segurança em máquinas fixas e móveis como NBR 14009 e NBR 14153.
Outra leitura bem interessante são os manuais técnicos da Fike Corporation US, faça o download em nosso site.
Alguns riscos são inevitáveis. Mas, com a aplicação consciente das normas técnicas e atendimento aos regulamentos do Corpo de Bombeiros local, é possível fazer o controle e mitigação de acidentes e sinistros em silos. Por exemplo:
- Treinamento: todos os colaboradores devem fazer treinamentos regulares para que seja uma equipe equipada e atenta quanto ao conhecimento de riscos, manuseio do produto e ao uso de fontes de calor e ignição;
- Manutenção: a manutenção é responsável pela taxa de umidade, concentração de gases, temperatura, dispositivos de alívio de pressão e ventilação, ou seja, pontos vitais para proteger silos de grãos ou cereais;
- Explosão e incêndio: em locais com movimentação e armazenamento de produtos com potencial de gerar atmosfera explosiva, a norma do Corpo de Bombeiros exige a instalação de dispositivos de alívio de pressão em caso de explosão;
- Consultoria: caso você seja o administrador, deve buscar apoio de profissional especializado para elaborar um plano de segurança contra incêndio e explosão eficiente para proteger vidas e patrimônio.
Mas além desses, outro cuidado muito bem recebido é a manutenção dos equipamentos, executada de maneira frequente e responsável. Isso inclui a instalação de sistema de proteção contra incêndios e sistema de aterramento.
Maiores cuidados para evitar explosão em alimentos particulados ou em pó, devem partir de empresas especializadas contratadas para esse objetivo. Então, conte com os especialistas da Digisensor e obtenha a melhor solução do mercado!